terça-feira, 30 de março de 2010
Armando Nogueira
Foi enterrado na tarde desta terça-feira, 30, o corpo do jornalista Armando Nogueira, de 83 anos, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Nogueira morreu na manhã de segunda-feira, vítima de câncer no cérebro.
Formado em Direito, Armando Nogueira iniciou no jornalismo nos anos 50, no Diário Carioca. Passou pelas revistas Manchete e Cruzeiro, pelo Jornal do Brasil e foi diretor de jornalismo na Rede Globo. Armando tinha um texto brilhante, e era um dos cronistas esportivos pelo qual tinha uma grande admiração e respeito.
Armando Nogueira ganhou notoriedade ao dar um grande “furo” (na linguagem jornalística, publicar uma notícia exclusiva) no caso do atentado da rua Tonelero, no Rio de Janeiro. O empresário da comunicação Carlos Lacerda (um dos articuladores do golpe de 1964) sofrera um atentado, no qual faleceu o major da Aeronáutica Rubens Vaz. O crime teria sido planejado pelo chefe de segurança do então presidente Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, também conhecido por “Anjo Negro”. Um dos seguranças de Getúlio, Alcino João do Nascimento foi apontado como o autor dos disparos.
Nogueira havia deixado a redação do Diário Carioca minutos antes e estava num bar nas proximidades, tomando café. Foi testemunha ocular e ligou para a redação. Foi um grande jornalista, sem dúvida.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Eva e a maçã
Não foi fácil não. No começo, Eva não queria comer a fruta.
- Come – disse a serpente astuta – e serás como os anjos.
- Não, respondeu Eva, virando o rosto para o lado.
- Terás o conhecimento do bem e do mal, insistiu a víbora.
Ainda não convencida, Eva cruzou os braços, encarou a serpente, e vaticinou:
- NÃO
Sem se deixar vencer pelas negações insistentes de Eva, a serpente insistiu mais um pouco na sedução:
- Serás imoral!
- Não...
- Serás como Deus!
- Não e não, já disse.
Eva realmente estava resoluta. Não movia um tiquinho sua opinião. Mulher determinada, esta. Mas a serpente era mais arguta. Ficou em silêncio por alguns minutos, pensando como seduzir aquela mulher teimosa. Jogou a última cartada:
- Come, boba, emagrece.
Foi tiro e queda.
terça-feira, 16 de março de 2010
A greve, o governo e os jornais
Há tempos não apareço neste espaço, nem sei mais se tenho algum leitor. Como alguns sabem, sou funcionário do Sindicato dos Professores (APEOESP) e eles estão em greve. Portanto, o trabalho, neste período, quadruplica.
Quero aproveitar para falar um pouco da greve. Como tenho lado nesta história, alerto os leitores que posso cometer excessos.
A APEOESP tem tomado pau de tudo o que é lado. A imprensa paulista, claramente favorável a José Serra, tem tido um papel lamentável na cobertura da greve. As matérias são todas editorializadas; os repórteres “compram” as informações oficiais sem sequer desconfiar da fonte – um bom jornalista tem sempre que se perguntar: por que este cara está mentindo para mim? Mas eles só desconfiam do sindicato. O governo usa a estratégia de dizer que a greve atinge 1% da categoria. Vira lei. Agora, o discurso é que a greve é política, contraponto PT e PSDB. É claro que a greve é política. Não quero, nestas curtas e tortas linhas exaurir o conceito de política, mesmo porque o termo daria uma tese de mil páginas, ou um curso universitário inteiro. Mas só para esclarecer, tendo como bengala o Dicionário de Política organizado pelo italiano Norberto Bobbio, o termo política deriva-se do adjetivo “originado de pólis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e, conseqüentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social (…). O conceito de Política, entendida como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligado ao de poder. Este tem sido tradicionalmente definido como 'consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem' (Hobbes) ou, analogamente, como conjunto dos meios que 'permitem alcançar os efeitos desejados' (Russell).” Ou seja, há uma disputa de poder entre o governo e o sindicato. Portanto, toda greve é política, é uma briga de classes.
O governo mente, também, quando fala em salários. Diz que há professores que ganham R$ 6 mil por mês. Esconde que este salário é pago a um supervisor de ensino (cargo acima de diretor de escola) em fim de carreira. Sei o quanto os professores ganham mal. Minha esposa está para se aposentar como professora do Estado. Seu salário é ridículo pelo tempo que tem de casa, mesmo com todos os benefícios.
Além da imprensa ao seu lado, o governo conta com milhões de reais para gastar com propagandas nos meios de comunicação. Mente descaradamente. E, infelizmente, a população, mal formada e mal informada, compra as mentiras como verdades.
A luta é inglória. De um lado, Serra e seus asseclas com um exército praticamente invencível formado por golias; de outro, os professores, um David sem funda e sem pedras.
Estado mais rico da Federação, São Paulo paga a seus professores menos que seus colegas do Acre, de Roraima, de Alagoas, de Tocantins, do Mato Grosso, do Espírito Santo. O Acre paga, por hora-aula, R$ 11,17; Roraima, R$ 10,23; Alagoas; Tocantins, R$ 10,10. O professor paulista que leciona da 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio (antigo colegial) recebe por hora-aula R$ 7,58. O professor da 1ª a 4ª séries, R$ 6,55. Agora pergunto, a greve é partidária?
sexta-feira, 5 de março de 2010
Cadê a estação Paulista do Metrô?
Ano de eleição, as obras da linha 4 do Metrô estão aceleradas. Até outro dia as futuras estações ainda estavam encobertas por tapumes. Agora estão à mostra. Na quarta-feira,, voltando para casa, passei pela rua da Consolação e tive uma surpresa. A estação localizada quase defronte ao Belas Artes estava aberta – não ao público, é claro. Surpresa maior: ela se chamará “Paulista”. Você sabe onde fica a estação Consolação (esta da linha Verde)? Ora, bolas, na avenida Paulista. Depois fazem piadas de nossos irmãos lusitanos. Imagine o embaraço se você for abordado por um turista perguntando-lhe, “por favor, aonde fica a estação Paulista do Metrô', e tendo que responder-lhe: “ali, na rua da Consolação...”
quinta-feira, 4 de março de 2010
Será que ainda sobe?
Sei que faz tempo que não apareço por aqui. É que ando afundado em Platão, Aristóteles, Horkheimem, Marcuse, Marx. Estou quase enlouquecendo, mas, como disse um amigo, é só o carro pegar no tranco que as coisas andam. Enquanto me afundo em livros, meu time, o Parmera, se afunda em rios claros e se perde no Parque Antártica. Até agora a defesa verde está procurando um tal Rodriguinho... É mole?
Será que ainda sobe?
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