terça-feira, 30 de junho de 2009

Jornalistas debatem diploma


Na próxima quinta-feira, 2, a chapa de oposição ao Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo – “Sindicato é pra lutar!” – promove o debate “A decisão do STF e o futuro do jornalismo”. O encontro acontecerá às 20 horas no Bar Lua Nova (rua Conselheiro Carrão, 451 – esquina com a 13 de Maio) e contará com as presenças de Rodrigo Vianna, Gilberto Maringoni, Luka Amorim e Pedro Pomar.

Encontros regionais

O Sindicato também está promovendo debates regionais sobre o tema. No dia 2 acontecerá em São José do Rio Preto, na Câmara Municipal. No sítio do Sindicato há uma informação que o deputado Miguel Corrêa (PT-MG) solicitou uma audiência pública para debater a extinção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. No dia 24 o requerimento do deputado foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados. Segundo o deputado, a matéria é polêmica e merece um debate mais amplo.

Minha opinião

Lembro-me quando cursava a faculdade, no longínquo ano de 1982, houve um debate sobre o tema. Na época tinha mil dúvidas sobre a necessidade do diploma para exercer a profissão. Eram poucas as faculdades que ofereciam o curso – se não me falha a memória, a USP, a Cásper Líbero, a PUC, a Metodista, a FAAP e a FMU. Não sei se todos, mas o curso da Cásper era ruim. Professores desinteressados, um currículo antigo, poucas aulas práticas. Muitas vezes arrependi-me de não ter feito vestibular para História ou Letras, as outras minhas opções. Com certeza me sentiria mais preparado para encarar a profissão de jornalista.
Quando estava no segundo ano, arranjei um “estágio” – o que era proibido na época – num jornal de Osasco. Dei sorte. Os jornalistas, fixos ou colaboradores, vinham da Abril, com passagem por outros jornais da Capital, como o “Última Hora”, já editado pelo Grupo Folha. Aprendi muito. Foi uma grande escola.
Hoje defendo a necessidade do diploma por um motivo: a decisão do STF levou em conta apenas os interesses maiores dos patrões. O fim da obrigatoriedade do diploma não tem o objetivo de melhorar a qualidade da informação, como querem alegar aqueles que defendem o fim do diploma. Mas o de precarizar ainda mais a profissão de jornalista.
A discussão, contudo, não passa só pela obrigatoriedade ou não do diploma. É preciso um grande movimento social para a democratização, de fato, dos meios de comunicação. No Brasil não há liberdade de imprensa, mas liberdade de empresa. Os grandes oligopólios defendem seus pontos de vista político e econômico, o que pode parecer natural, mas não é. Os jornais comerciais editorializaram a cobertura, o que é muito ruim para a democracia.

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