quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Marighella


Passava um pouco das 20 horas daquela terça-feira, 4 de novembro de 1969. Como em outras vezes, o líder da ALN (Ação Libertadora Nacional), Carlos Marighella, marcara um “ponto” com os freis dominicanos Ivo e Fernando na altura do número 806 da Alameda Casa Branca. O que Mariguella não sabia era que os dominicanos tinham sido presos e torturados e nem supunha que cairia numa emboscada. Sob o comando do temido delegado Sérgio Fleury, 29 agentes fortemente armados haviam cercado o local e aguardavam sua chegada. Marighella foi fuzilado.
Figura política que se tornou conhecida como militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi deputado no Congresso que elaborou a Constituição de 1946.
Para marcar os 40 anos de sua morte, às 11 horas de hoje, 4, houve um ato na Alameda Casa Branca, onde foi erguido um memorial no exato local onde ele foi morto. Uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, às 19 horas, marcou a concessão do título de Cidadão Paulistano, in memorian.
Há dez anos o intelectual Antônio Cândido escreveu uma texto em homenagem ao guerrilheiro morto:
“Naquele momento elas não mataram apenas o militante intimerato de uma organização de luta, mas um líder que encarnava as aspirações de liberdade e justiça do povo brasileiro. Os que assumem a grave responsabilidade de combater pelo interesse de todos tornam-se símbolos e constituem patrimônio coletivo. Carlos Marighella deu a vida pelos oprimidos, os excluídos, os sedentos de justiça. Ao fazê-lo, transcendeu a sua própria opção partidária e se projetou na posteridade como voz dos que não se conformam com a iniqüidade social.”
Ontem, 3, durante um Congresso em Olinda-PE, o presidente Lula fez-lhe uma homenagem. Chamou-o de "herói" para arrepio dos Bolsonaros da vida...

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