terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Modernistas


Oswald

Cabral

Ontem, segunda-feira, 11, completou-se 120 anos do nascimento de José Oswald de Souza Andrade. O paulistano Oswald de Andrade é um dos mais significativos autores modernistas da literatura brasileira. Participou da Semana de Arte Moderna, editou o jornal “O Homem do Povo”, ao lado de Pagu, ajudou a fundar “O Pirralho” e a “Revista Antropofágica”. Oswald faleceu em 1954. Deixou uma extensa obra literária – poesias, romances, teatro. Abaixo, o poema Brasil:

Brasil

O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê Tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhém Babá Canhém Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval

Outro modernista – este da segunda fase – também faria aniversário no sábado, 9: o pernambucano João Cabral de Melo Neto. Nascido em 1920, em Recife, era primo – pelo lado paterno – de Manuel Bandeira e, pelo lado materno, de Gilberto Freyre. João Cabral fez carreira diplomática – ingressou por concurso no Itamaraty em 1945 – e colecionou prêmios literários. Um dos seus poemas que mais admiro é Tecendo a manhã, que reproduzo:

Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos

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