terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Tirando o Brasil da gaveta
Andy Warhol, o famoso artista plástico norte-americano, disse na década de 1960 que “um dia todos terão direito a 15 minutos de fama”. Warhol tinha razão. Não só a fama passou a ser efêmera, mas as informações também. Aliás, as notícias transformaram em show. Há pouco mais de dez anos Sílvio Santos trouxe para o Brasil a fórmula de programas que faziam sucesso nos Estados Unidos e na Europa: o reality show. Depois a Globo emplacou o Big Brother Brasil (inspirado no Grande Irmão do livro 1984, de Geoge Orwell, mas esta é uma outra história).
Fiz tal preâmbulo para dizer que nem tudo está perdido. Na segunda-feira estava em casa à noite e ligamos a TV. No momento exato começava a musiquinha chata anunciando o início do BBB, que dá a alguns anônimos 15 minutos de fama. Não aguento ver o Grande Irmão. Como não tenho assinatura de canal pago, sobra-me tentar ver alguma coisa em canal aberto. Nossa sorte é que existe a TV Cultura. Começava naquele momento o programa Rumos da Música, que apresentava o grupo Cia Sons do Cerrado. Um deleite para os ouvidos. Como seu curioso, decidi pesquisar: que som é esse? O grupo nasceu a partir da implantação, no ano 2000, do Centro de Folclore e História Cultural – Projeto Sons do Cerrado –, ligado ao Instituto do Trópico Subúmido e à Universidade Católica de Goiás.
O principal objetivo do Projeto Sons do Cerrado é o de produzir e reproduzir material fonográfico com as diferentes manifestações musicais da região do cerrado na forma de registro, releituras e adaptações de repertório pertencente ao domínio público ou de compositores regionais. O Sistema Biogeográfico do Cerrado ocupa os chapadões centrais da América do Sul e abrange os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, leste de Mato Grosso, sul do Piauí, sul do Maranhão, parte de Minas Gerais e oeste da Bahia.
O Projeto Sons do Cerrado já lançou treze Cds com grupo de Folia de Reis, folclóricos, com a Camerata Santa Cecília e Cia Sons do Cerrado.
O Brazil realmente não conhece o Brasil. É preciso, como diz Rolando Boldrin, tirar o Brasil da gaveta. São projetos deste tipo que corroboram para que o País não se perca na mediocridade que só busca a fama efêmera, o vale-tudo!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Não dá uma tristeza pensar que algo assim não aparece na mídia, enquanto todos só falam no tal BB? Que merda!
ResponderExcluir