quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vecchio amici


“Velhos amigos/ quando se encontram/ trocam notícias/ e recordações./ Bebem cerveja/ no bar de costume/ e cantam em voz rouca/ antigas canções”. Vez em quando caço um dos LPs (aos mais jovens informo: os “bolachões”, os discos de vinil) de minha modesta coleção para matar saudades. Ou melhor, provocar saudades. Outro dia peguei o primeiro LP do cantor e violeiro Almir Sater. Bastou rodar na agulha Velhos amigos (Paulo Simões) para que sentisse um grande aperto no coração.
Estou ficando mole. No fundo, sei que não é isto. Apenas senti grande saudades de alguns amigos que, pelas circunstâncias da vida, perderam-se do convívio mais íntimo. Amigo é como uma planta, temos que regá-la sempre para que não morra. Confesso que sou um jardineiro infiel.
Há mais de seis meses tento entregar um livro a um dos meus melhores amigos. Não consigo. A rotina nos massacra nesta cidade de doidivanas. Ai pensei: será que não é desculpa?
Peguei o regador e comecei a trabalhar. Um camarada que não vejo há uns oito ou nove anos consegui localizá-lo nesta semana, graças à Internet. Luizão – ou como é conhecido por seus clientes estrangeiros, o Big Lou – é uma grande figura. Estudamos juntos no ensino médio. Ele fazia Turismo, eu Redator Auxiliar na Fundação Bradesco. Éramos como unha e carne. Vivíamos no Aeroclube de Sorocaba, na casa de seus pais, em Iperó, ou viajando por outras plagas. Ele sempre amou viajar. Conhece mais de quarenta países. Nos falamos por telefone, com a promessa de nos reunirmos com outros camaras para molhar a palavra. Tenho ainda muito o que regar por aí, mas fiquei feliz com este pequeno reencontro.

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