No dia 30 de julho, quando sorvia uma cerva gelada – lamentando que minhas férias chegavam ao fim – li uma notinha no “Estadão” que o presidente norte-americano Barack Obama, e seu vice, Joe Biden, recebiam na Casa Branca o professor Henry Louis Gates Jr e o policial James Crowley para uma cervejada. O intuito era selar a paz entre o professor e o policial pelo incidente racial deflagrado quando Crowley prendeu Louis Gates, que arrombara a própria casa.
Aos fatos: duas semanas antes, o professor Louis, que é negro e leciona em Harvard, uma das mais conceituadas universidades americanas, chegara em casa e descobrira que a fechadura estava emperrada. Com a ajuda do motorista, arrombou a porta. O fato chamou a atenção de vizinhos, que avisaram a polícia. O policial Crowley chegou rapidamente à luxuosa casa na valorizada região de Cambridge, Massahusetts. Encontrou um homem negro dentro da residência e pediu que ele saísse. O homem se recusou. Então, o policial exigiu que o homem se identificasse. O professor identificou-se e pediu para que não fosse incomodado. A discussão se acalorou e o policial, com a ajuda de outros colegas, prendeu o professor.
Amigo do professor, o presidente Obama acabou dando um puxão de orelhas no policial. Depois voltou atrás e fez o convite para que selassem a paz tomando cerveja na Casa Branca.
O fato daria uma tese sobre a questão do racismo nos Estados Unidos, ainda não superada – nem lá e nem aqui, mas isto é uma outra história.
Quero chamar a atenção para um fato: a imprensa tupiniquim não fez qualquer menção de desaprovação ao fato de o presidente e o vice dos EUA convidarem alguém para tomar cerveja na Casa Branca. Fosse o presidente Lula o anfitrião, os comentários maldosos teriam pipocado na imprensa e nos programas de TV. Coisas de nossa imprensa capurreira.
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