segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Avanti, Barrichello


Confesso que nunca fui muito fã de Fórmula 1. Quando moleque, o Émerson Fittipaldi era o bamba do pedaço. Mas não tinha idade suficiente para entender de corridas, apenas o admirava, sem saber muito o porquê. Anos depois Nelson Piquet fez sucesso. Para Piquet confesso que torci.
Nos anos 80 apareceu um gênio das pistas: Airton Senna. Sei que alguns amigos ficarão arrepiados, mas nunca fui muito com a fuça dele, embora o considerasse um excepcional piloto. Não perdia as manhãs de domingo para ver a Fórmula 1.
Minha antipatia pelo Senna tinha duas raízes: ele próprio, que posava de bom-mocinho, procurava se mostrar patriota; mas o que me dava mais nojo era o ufanismo gavião-buenista, um puxa-saco mor do rapaz. Nunca entendi a Fórmula 1 como uma competição entre nações. É um esporte (há quem conteste que corridas de carro possam ser classificadas como esporte) individual. O campeão não é o País, mas o indivíduo. Na Europa, principalmente na Itália, as pessoas torcem para a escuderia. Não importa qual a nacionalidade do piloto, especialmente os “ferraristas”. Digo isso porque muitas vezes fui mal interpretado ao dizer que não engolia o Senna. Tinha que torcer para ele só porque era brasileiro.
Fiz esta introdução para revelar que na manhã de domingo liguei a TV para ver parte do Grande Prêmio de Monza. É lógico que abaixei o volume da televisão e fiquei ouvindo música enquanto os carrinhos davam volta no circuíto italiano. Torci para o Rubinho Barrichello e fiquei feliz pela sua vitória.
O brasileiro trata muito mal este piloto. O grande azar dele chama-se Rede Globo. Com a morte de Senna, a Globo ficou viúva e tentou fazer de Barrichello um novo Senna. Foi difícil para ele, que corria há um ano apenas, suportar a pressão.
Rubinho Barrichello tem dois vice-campeonatos mundiais. Mas aqui isto não tem o menor valor. Fosse em qualquer outro país, seria reverenciado. Gosto mais do Rubinho pela sua humildade, pelo seu bom humor. Rubinho tem tudo para calar seus detratores. Se dirigir com a mesma inteligência as próximas corridas como o fez em Monza, certamente conquistará um título mundial de automobilismo.

Um comentário:

  1. Ô Brandino, que prazer poder ler os seus textos. Adorei o blog. Vou colocá-lo nos meus favoritos.

    abração

    Paulo Netho

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