quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mais saúde para os ricos


A Assembleia Legislativa aprovou na madrugada desta quinta-feira, 3, por 55 votos a 17, a terceirização de unidades públicas de saúde para entidades privadas – as chamadas Organizações Sociais (OSs). O projeto, de autoria do governador José Serra (PSDB), prevê que 25% dos atendimentos sejam dedicados aos planos de saúde. “Isso cria um verdadeiro apartheid dentro do sistema”, declarou à Agência Estado o diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Mário Scheffer. O Ministério Público também alertam para a inconsequência da medida. “O Estado não está aparelhado para fiscalizar as OSs”, comentou a promotora Anna Trotta. Para os promotores, o atendimento de convênios em unidades públicas fere os princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), que prevê a universalidade e a equidade da assistência. Os promotores alegam que o atendimento a convênios prejudicará pacientes mais pobres, que não têm plano e que já são sujeitos a filas, enquanto pessoas com cobertura privada desfrutarão, dentro da rede pública, de serviços mais rápidos e confortáveis.
Plano para o Brasil
Infelizmente nós não aprendemos ainda o que é política. Só discutimos o assunto em vésperas de eleições, e ainda assim equivocadamente, pois personalizamos os candidatos. A maioria não vota num plano de governo, numa ideia, numa ideologia; elege aquele que melhor lhe apetece sei lá porque cargas d'água.
José Serra é candidatíssimo à presidência da República em 2010. Antes, contudo, disputará com Aécio Neves a indicação do PSDB. Na verdade, não importa qual deles disputará o pleito, pois a política é a mesma: neoliberalismo levado às últimas consequências, ou seja o Estado mínimo. Os setores mais prejudicados com esta política do capitalismo tardio são os da Saúde e o da Educação públicas. Na Educação, Serra tem insistido na meritocracia (coisa criada por Margaret Thatcher); na Saúde, a terceirização. Esta será sua política se chegar ao Palácio do Planalto. O engraçado é que esta política não prevê o imposto mínimo, né?
Não quero ser professor de ninguém, muito menos o dono da verdade. Cada um sabe onde o calo aperta, mas é importante pesar estas questões antes de apertar o botão “confirma” na urna eletrônica e ajudar a eleger um presidente, um governador, um prefeito.
Tenho dito.

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